Boggs *1424 O Domingos Ovelha
Registo de 2010, Salvada, Beja
Uma mulher tem o padre por amante e o seu marido de nada desconfia…
VoltarA mulher do maioral - Carlos Augusto Ribeiro
"A
mulher do maioral" enquadra-se dentro dos Contos Jocosos, concebidos para
provocar o riso da audiência utilizando a crítica de costumes. Por vezes são
confundidos com as anedotas, género tendencialmente muito mais breve e onde o
que faz rir é a última frase.
Na presente versão há pelo menos três ocasiões em
que se provoca o riso pelos apartes da narradora que comenta assim a sua
apreciação negativa da mulher e o carácter simplório do protagonista.
Deste
conto existe uma versão literária do séc. XVI,
inscrita na “Farsa de Inês Pereira” de Gil Vicente.
Esta
versão é representativa das versões portuguesas atuais, que não possuem muita
variação. Apenas em 2 versões o padre é substituído pelo compadre da mulher
adúltera. A história também não exige necessariamente uma tirada poética final,
mas quando ela aparece, a mulher elenca as comidas, mordomias e filhos do padre
no seu lar.
Em muitas versões surge a fórmula “corno torcido atrás da orelha”
para rimar com “Domingos Ovelha” e também para revelar a sua condição de marido
enganado. Aqui, a narradora embeleza a fórmula de um modo magistral: “… Chamar Domingos-Ovelha ao me’ marido?Chama Domingos-Cornêlha!Que dá três voltaspor detrás das orelhas!...”
A mulher do maioral -Tânia Clímaco
Existe
uma versão literária do séc. XVI, na peça teatral “Farsa de Inês Pereira” de
Gil Vicente.
Quanto
a versões orais, encontraram-se até agora 39, espalhando-se por 14 distritos,
com especial incidência no distrito de Faro, Vila Real e Porto. Não foram
encontradas versões nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Viseu, Coimbra,
Lisboa e na Ilha da Madeira.
Há 13
versões na Galiza e provavelmente também noutros pontos da Espanha.
Ao
que se sabe não foram assinaladas versões deste conto fora da Península
Ibérica.
“A Raposa e o Lobo” in Vasconcellos
1963, nº 27
“A Raposa Mariana” in Vasconcellos 1963,
nº 28, Matela, Vimioso, Bragança
“Um Lobo e uma Raposa Matreira”
Vasconcellos 1963, nº 29, Porto (J. de Oliveira)
“O Lobo e a Raposa” in Vasconcellos
1963, nº 30, Aveleda, Bragança