Este espetáculo de contos nasce de uma iniciativa conjunta entre a Memória Imaterial CRL e a companhia de teatro Comédias do Minho, a partir de um breve mapeamento da tradição oral nos concelhos de Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira.
Luís Correia Carmelo encena esta criação que vai percorrer estes concelhos e todas as suas freguesias a partir de Novembro.
Os contos divertem, encantam e ensinam gerações desde o alvorecer da
humanidade. Contos que nos parecem inventados ontem são, afinal,
companheiros centenários de serões passados em redor do fogo. A partir
de seis contos tradicionais, apresentamos esta exposição multimédia que mostra a longevidade destas expressões orais.
A
exposição é acompanhada por sessões narrativas destinadas a todos os
públicos, em que três narradores incontornáveis oferecem-nos
uma viagem a este mundo fabuloso.
Residências e eventos artísticos que nascem do estudo de seis árvores da nossa floresta autóctone, cruzando conhecimentos de arqueobotânica e paleoecologia, imaginário e mitologias das árvores com recolha etnográfica sobre práticas tradicionais atuais e/ou primitivas de quem com elas, nelas e a partir delas vive e cria.
Oficinas formativas na Biblioteca Municipal de Torres Vedras
Sábado 26 de novembro de 2022
Uma reflexão sobre a pintura e desenho dos lugares
a partir de entrevistas a artistas residentes em Torres Vedras, intérpretes privilegiados do “espírito do lugar”. Quem são, em que lugares gostam de desenhar e pintar? Quando o fazem? Como sentem a interação da paisagem nas suas criações?
Os pintores e os desenhadores paisagistas constituem uma rede de olhares singulares sobre os lugares que elegem para pintar. Hoje, a prática da pintura e desenho de paisagem, a pintura de exterior, assume-se como uma ferramenta de socialização através da arte. Está vulgarizada por todo o território apesar de arredada do debate artístico contemporâneo.
Estes pintores constituem escolas informais e redes de contacto intensas, expõem com frequência, trocam desenhos e pinturas entre si, organizam encontros nacionais e internacionais. As comunidades continuam a beneficiar do olhar sobre a natureza e os lugares que estes artistas nos dão, com a sua atenção à luz, ao enquadramento...
A Festa do LU.GAR aconteceu, este ano, em Torres Vedras. Os contos, cantos e outras criações habitaram a cidade entre 13 e 22 de maio. Como esta é uma festa de narradores e de quem gosta de ouvir uma ou mil histórias bem contadas, de pessoas que utilizam um vasto chão de palavras para semear imaginários, e como de palavras se fazem também os livros, esta foi uma festa que se associou ao projeto Torres Vedras - Cidade dos Livros.
Contou com sessões de narração/contação, encontros com escritores, colóquios, oficinas, performances teatrais, leituras públicas participadas, exposições de ilustração, livros de artista e micro-livros, exposição de livros de cordel, um encontro de performers e investigadores dedicados à literatura tradicional e literaturas marginais e a participação de criadores em sessões públicas.
A Cidade dos Livros e a Festa do LU.GAR contaram com a presença de mais de 40 convidados de Portugal, Brasil e Espanha, num total de 60 sessões para o público em geral, e múltiplas sessões para a comunidade escolar. No total, cerca de 2700 pessoas participaram nesta festa.
A cooperativa cultural Memoria Imaterial CRL organiza esta Festa do LU.GAR com o apoio da Câmara Municipal de Torres Vedras e da Direção Geral das Artes-Ministério da Cultura.
LU.GAR propõe mapear territórios culturais. Sobre esse mapa queremos
inscrever novas narrativas que reinterpretem as memórias do lugar e
criem novas vivências utilizando discursos e percursos artísticos.
Enquanto criadores e produtores culturais defendemos a
confluência entre memória, ecologia e arte. Investigamos e criamos a
partir das
dimensões social, científica, política, ecológica e filosófica da nossa
era, já
caraterizada como Antropoceno. Este projeto reflete as nossas opções de
trabalho fundindo a história dos lugares com a memória viva dos
habitantes e com intervenções artísticas multiplataforma - novos média,
teatro, narração oral, artes visuais.
LU.GAR pretende construir uma relação inclusiva com a
comunidade. Várias ações são desenhadas a partir da escuta e estudo da tradição
oral local, histórias de vida e saberes tradicionais - com a colaboração ativa
da população residente - enquanto outras são implementadas em locais marcantes
da memória coletiva, incentivando o diálogo e fruição públicos.