Seis
tambores. 
Pilar,
palco, tambor: círculo de cimento e pedra brita e – a circundá-lo – anel em
mármore.
 Do
centro para a periferia: uma seta de luz ou um rasto de sombra. 
Ao
centro: um mapa translúcido de círculos, traçados, cifras e letras. 
O
intervalo fixo entre o todo e a parte, o modelo e a execução parcial, o mapa e
o território. 
            
 Olho,
esfera, órbita, corpo celeste. Medida e direcção.  
Do
centro para a margem, uma letra destacada – em modo de anotação inconclusa ou
de lembrança de desconjuntadas palavras.
Uma
letra diferente com que se escreve em parte a diferença entre um e outro
tambor. Existências intermitentes. 
            
Instante. 
Reminiscência
de escritas rasuradas – por colisões de novos usos e desistências. Eco de
escritas renascidas – repintadas, por pertinácia, em certas fachadas. 
Os pássaros mecânicos
não esgravatam a terra. 
Os
velhos – todos nós, de uma maneira ou de outra – com os olhos encandeados,
esquecidos de que a luz ofuscante não provém do sol.
            
 Deixado para trás pelo
circo, o palhaço cantarola “This is the end”. A noite faz-nos acreditar que
somos mais do que cascas de amendoim. 
Com a aurora: copos levados pelo vento,
outros largados com restos de cerveja quente.
            
Texto, desenho e locução: Carlos Augusto Ribeiro
          
        
          Texto e performance: Luís Correia Carmelo.
Tradução: Sofia Maúl
            
Música e ambientes sonoros: Miguel Neto.
Instalação plástica pop-up: Carlos Augusto Ribeiro
            
Coordenação e web: José Barbieri
            
Multimédia: Rafael Del Rio
            
Produção: Memória Imaterial CRL
            
Projeto: LU.GAR.TERRITÓRIOS CULTURAIS
            
            
Público-alvo: todas as idades.
          
        
