José Craveiro

"Isto acontece porque na minha meninice o dinheiro era pouco, não havia rádio nem televisão. Em casa da minha avó nem sequer havia luz elétrica, porque ela não tinha lá chegado.
E, depois, quando eu podia lá estar, era uma maravilha. Depois da ceiazinha: contos. Falar de coisas boas da vida, porque as más, não valia a pena recordar. E os contos foram estando, assim, muito comigo."

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  Herdeiro de um mundo prodigioso de contos, cantos e saberes medicinais tradicionais, José Craveiro nasce e cresce em Tentúgal.
Com ele encontramos o modo tradicional da performance narrativa apreendida geracionalmente, com raízes no imenso património oral da região aliado com a vivência quotidiana de uma comunidade conservadora dos seus hábitos e crenças num mundo em mutação acelerada.
Move-se num mundo habitado por múltiplas camadas: dos contos e anedotas que circulavam em velórios ao conhecimento dos sinais que demarcam as extremas de cada terreno, das orações que acompanham cada hora ou ocasião específica até aos cantos sazonais, das receitas culinárias aos preparados medicinais baseados em ervas recolhidas na região.
É neste mundo que brotam as narrativas que conta. Prefere atuar em proximidade com o público, sem as barreiras cénicas impostas por palcos, em comunicação direta com cada um dos seus ouvintes.