António Bártolo

Toda a gente vê e observa de maneira diferente a mesma coisa.
Não gosto de preencher a folha toda com o desenho, (...) estes espaços brancos também nos dizem qualquer coisa (...) espaços do silêncio, em que a gente tem que ouvir o silêncio e o silêncio também nos diz coisas. É aquela ideia do que está para lá ...
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Em 1998, troca o Design Gráfico pelas Artes Plásticas. Considera-se, predominantemente, um aguarelista. Desde criança que gosta de pintura e desenho.
Entusiasta das «andanças do desenho», «namora um sítio antes de ir para lá». E, porque os caminhos do desenho e da vida se intersectam, pois «onde a vida nos leva, a gente acaba por ir», uma vez chegado a um sítio, apraz-lhe registar cores e atmosfera. No entanto, não rejeita servir-se da imagem fotográfica, reproduzida em fotocópia ou em tablets. Agrada-lhe desenhar ruas, embora prefira a pintura de paisagem (pela maior variedade de formas e cores), água, rochas e texturas de paredes. Muitos desenhos, feitos em cadernos, transformam-se em estudos para aguarelas. Montados pelo autor, os blocos contêm exaustivas indicações e explicações metodológicas da construção das suas imagens.
Apesar de implicar estratégias distintas, a prática do desenho ao ar livre e a prática no atelier são mutuamente complementares. Na rua, preocupa-se em fixar a sombra (através de primeiras aguadas); procurar o motivo compositivo (respeitando a duração estipulada de uma hora); realizar esboços preliminares (linhas mestras do trabalho); desenvolver a obra, gradualmente, do geral para o detalhe, evitando temas complexos.
Participa em festivais, bienais, cursos e encontros internacionais de aguarelistas. No país e no estrangeiro é convidado para ministrar oficinas de aguarela. Enquanto andarilho do desenho e da aguarela, é um conhecedor do meio e da rede de associações nacionais e estrangeiras de aguarelistas, bem como das respectivas tradições de pintura. Publica trabalhos em revistas de associações de aguarelistas e tem obras em colecções privadas e públicas, no país e no estrangeiro.
Organiza o Encontro Internacional de Aguarelas de Santa Cruz (desde 2017). É um promotor de intercâmbios entre aguarelistas e sketchers. Integra o movimento IWS (Sociedade Internacional de Aguarelistas, 2012) e é sócio fundador da AAPOR (Associação de Aguarela de Portugal, 2015), participando nos respectivos festivais e exposições.

Realização
Eva Ventura Ângelo, José Barbieri
Entrevista
José Barbieri
Texto
Carlos Augusto Ribeiro
Legendagem
Laura del Rio
Produção
Memória Imaterial CRL
Torres Vedras 2021/2022

outros olhares sobre a paisagem

desenhos: António Bartolo

Os lugares revisitados pelos olhos dos pintores e desenhadores paisagistas.
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