Praça da Batata

INVEROSIMILLIS ou a improvável história do lugar

Praça da Batata: guardador de sombras

Seis tambores. Pilar, palco, tambor: círculo de cimento e pedra brita e – a circundá-lo – anel em mármore.
 Do centro para a periferia: uma seta de luz ou um rasto de sombra. Ao centro: um mapa translúcido de círculos, traçados, cifras e letras. O intervalo fixo entre o todo e a parte, o modelo e a execução parcial, o mapa e o território.

Olho, esfera, órbita, corpo celeste. Medida e direcção.  Do centro para a margem, uma letra destacada – em modo de anotação inconclusa ou de lembrança de desconjuntadas palavras. Uma letra diferente com que se escreve em parte a diferença entre um e outro tambor. Existências intermitentes.

Instante. Reminiscência de escritas rasuradas – por colisões de novos usos e desistências. Eco de escritas renascidas – repintadas, por pertinácia, em certas fachadas. Os pássaros mecânicos não esgravatam a terra. Os velhos – todos nós, de uma maneira ou de outra – com os olhos encandeados, esquecidos de que a luz ofuscante não provém do sol.

Deixado para trás pelo circo, o palhaço cantarola “This is the end”. A noite faz-nos acreditar que somos mais do que cascas de amendoim.
Com a aurora: copos levados pelo vento, outros largados com restos de cerveja quente.

Texto, desenho e locução: Carlos Augusto Ribeiro

Praça 25 de Abril

Largo de S.Pedro

Largo do Município

Chafariz dos Canos

Castelo

Praça da Batata

Ficha técnica

Texto e performance: Luís Correia Carmelo.
Tradução: Sofia Maúl
Música e ambientes sonoros: Miguel Neto.
Instalação plástica pop-up: Carlos Augusto Ribeiro
Coordenação e web: José Barbieri
Multimédia: Rafael Del Rio
Produção: Memória Imaterial CRL
Projeto: LU.GAR.TERRITÓRIOS CULTURAIS

Público-alvo: todas as idades.