Mariana Bicho

1938, Salvada, Beja

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Mariana nasceu e cresceu embalada pelo Guadiana, de moinho em moinho onde o pai moleiro fazia a vida e por isso nunca foi à escola. Aprendeu tudo o que sabe de escutar, de ver e de pensar.
Não tem pena de ter sido pobre - “ser pobre não é defeito que ponha falta a ninguém”, mas tem pena de não saber ler.
Começou a trabalhar no campo com 10 anos, ajudando na monda. Foi trabalhadora agrícola até aos 70 anos.
“Eu aprendia na monda com as pessoas mais velhas, que sabiam estas coisas. Estas anedotas, versos, coisas que as mulheres falavam, como as orações. As mulheres mais velhas, elas gostavam muito da gente. Puxavam as mais novas e diziam: moças não digam isso; moças, não façam aquilo; moças não se diz! (…) e ensinavam coisas à gente e a gente aprendia.”
Conhece uma enorme variedade de romances, contos, canções e orações. Utiliza quotidianamente formulas magico-religiosas que a ajudam a manter-se em harmonia com as pessoas e a natureza.

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