Cristina Taquelim

“Semear. Uma das coisas mais bonitas que eu aprendi no universo da narração e junto dos narradores que eu admiro é a partilha, é a cumplicidade e é essa possibilidade de semear. E isso agrada-me muito como mundo, como conceito de vida, como forma de estar no mundo. Eu encontro isso no universo da narração com uma força que me agarra e que é uma raiz muito importante naquilo que eu faço e naquilo que eu sou.”

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Nasce em Lagos e conhece uma infância rodeada pelas histórias que os avós lhe contavam. Estuda psicologia e inicia a sua vida profissional na Biblioteca Municipal de Beja. Um dia, perante um grupo de crianças inquieto, deita mão de um livro de recolhas de contos tradicionais e começa a narrar o conto “O Mama na Burra”. O silêncio e interesse daquele público, a escuta, foram imediatos. A partir desse momento procura entender o que há na tradição oral que provoca este interesse e atenção em diferentes audiências. É responsável pelo despertar das Bibliotecas e outros serviços públicos para a importância da tradição oral como instrumento lúdico e educativo, iniciando um programa constante de sessões de narração com os funcionários da biblioteca. Com eles e com a gestão clarividente de Figueira Mestre, funda o festival “Palavras Andarilhas” que se mantém uma referência para os novos narradores pois lá iniciaram as suas vocações. Enquanto narradora, constrói o seu reportório a partir de registos da tradição oral, onde incorpora os testemunhos que lhe são passados de viva-voz por uma extensa rede de narradores tradicionais residentes em pequenas comunidades do Baixo Alentejo. Hoje, dedica o seu tempo exclusivamente à performance narrativa.