Arquiteta
e arqueóloga, desenha desde criança apesar de períodos de intermitência. Na
adolescência, aprecia desenhar na rua e nos períodos de espera entre aulas. O
«trauma do desenho» acontece-lhe durante o curso de arquitetura. Abandona o
desenho de observação, ao ar livre, em favor do desenho de arquiteto – um
desenho técnico, cotado e codificado, para apresentação de projetos. O contacto
com o grupo Oeste Sketchers, coincidindo com o seu regresso à zona de
origem, após alguns anos de ausência por razões educacionais e profissionais,
veio reavivar e fortalecer o gosto pelo desenho de observação. Empenha-se em
desenhar fielmente o que se lhe apresenta à vista, consentindo que «a realidade
não [seja] toda limpinha».
A
predileção por desenhar o meio urbano (centro histórico e espaços públicos) é
reforçada por uma afeição pelo respetivo património histórico. Desenha a caneta
e, para variar, usa a aguarela para realçar certos elementos da cena
representada ou, mais frequentemente, a aguada para definir sombras projetadas e
zonas sombreadas. Em certos desenhos, mais minuciosos, realizados em formato
horizontal (A5 e A4), evidencia-se a opção por combinar linhas de contorno com tonalidades
escalonadas e conformes aos princípios da perspetiva paisagística.
Pratica,
também, um desenho de arqueologia, cujo olhar pressupõe um modo comedido e
lento de ler as ruínas e os vestígios de um espaço, constituídos, por seu
turno, em elementos de prova estimulantes para reconstruir e imaginar, pelo
desenho, uma realidade passada.
Em
2014, integra o Oeste Sketchers.
Realização
Eva Ventura Ângelo, José Barbieri
Entrevista
José Barbieri
Texto
Carlos Augusto Ribeiro
Legendagem
Laura del Rio
Produção
Memória Imaterial CRL
Torres Vedras 2021/2022
desenhos: Ana Isabel Costa