PAISAGEM

A luz, a natureza trabalhada e vista como elemento estético e os lugares, reais e imaginários.

A paisagem

O conceito de paisagem é uma invenção recente que acomapanha a evolução da pintura e desenho paisagista.

O olhar dos pintores

O que vê um pintor quando pinta um lugar? Luz, textura, côr, o movimento da sombra... Como pinta?

O tempo e a luz

A dança da sombra acompanha a pintura e a fotografia de exterior. O vídeo capta a viagem da luz num lugar predileto dos pintores.

Novas paisagens

Novas paisagens virtuais e novos modos de expor a paisagem que nascem da fotografia e medias digitais.

Paisagem, pintura, olhares, lugares

A exposição é uma reflexão sobre a pintura paisagista, construída a partir de entrevistas vídeo aos pintores João Mário, António Guapo, Júlio Carmo Santos, Teresa Lopes e Mário Casimiro, intérpretes privilegiados do “espírito do lugar”, que nos explicam os processos e motivações da sua arte.
Os pintores paisagistas constituem uma rede de olhares artísticos sobre os lugares que elegem para pintar.

Hoje, a prática da pintura de paisagem, a pintura de exterior, está vulgarizada por todo o território apesar de arredada do debate artístico contemporâneo. Estes pintores constituem escolas informais e redes de contacto intensas, expõem com frequência, trocam pinturas entre si e mantêm um mercado de pintura interessante.
As comunidades continuam a beneficiar do olhar sobre a natureza e os lugares que estes artistas nos dão, com a sua atenção à luz, ao enquadramento....

paisagem, uma representação do "real" e do imaginado

A palavra ´paisagem’ é ignorada na Europa até ao século XVII. A paisagem é uma invenção. Uma realidade que depende da operação perceptiva do sujeito e cujo valor estético é sempre conferido e acrescentado pela arte e pela cultura humanas. 
Paisagens e culturas ou comunidades evoluem  em e  com o tempo. As paisagens culturais são engendradas mediante as acções de comunidades e a interacção com os processos naturais.

Pintura paisagista ou pintura de paisagem: designações de um género específico de pintura. No sentido de uma representação cuja referência visual é um território físico particular. Podendo também ser interpretações de um espírito de lugar ( genius loci) – um habitante do nosso olhar, oriundo da arte, que frequenta e inspira um dado lugar. 
A paisagem (entendida como reprodução e testemunho de um modo de olhar a natureza) precede a ‘terra’, o território (o original).

Natureza e arte

A relação entre a natureza e a arte tem sido intensa ao longo da história da arte, mais antiga ou mais recente. A natureza foi assumida como modelo imitativo e/ou conceptual pela arte. Com frequência, a arte é definida pela sua relação à natureza. Em sentido lato, a arte designaria todos os modos da praxis que, aliada ao saber, produz o artificialpara instaurar uma ordem humana. O domínio sobre a natureza para a vergar ao engenho humano terá apoiado a concepção da arte, desde a Renascença, alicerçada numa filosofia da representação a qual, colocando o sujeito em oposição ao objecto, escora, também, a filosofia do imperialismo técnico. Na Modernidade, a natureza é concebida como real bruto, dado a ser dominado. A teoria da arte que entende a arte como imitação da natureza (designando o universo e o ser vivo) não altera os dados do problema: imitação tem origem numa vontade de conhecer a natureza e, por consequência, de a dominar. E, outrora, a natureza constituiu um tema privilegiado da arte, facto atestado por inúmeras representações sob as categorias de composição floral, natureza-morta ou paisagem. (...) A consequência da expansão das artes é a instituição de um campo alargado das artes plásticas do qual releva a dissolução da oposição moderna entre cultura popular e cultura erudita, entre produto e obra de arte, entre cultura e arte. O mundo interconectado (...) propicia a realidade das trocas, circulação e mistura de culturas.

A fotografia juntou-se à pintura na fixação de um olhar sobre a paisagem.
Com a digitalização apareceram novos discursos paisagísticos, como a fotografia e o vídeo panorâmicos e 360º. No entanto, a utilização de meios supostamente exactos de retrato ambiental não retirou a subjetividade da autoria e do olhar. Os enquadramentos, tempos e colorimetria continuam a ser meios autorais. Continuamos a olhar para reproduções de paisagens com emoção e imaginação.