A luz, a natureza trabalhada e vista como elemento estético e os lugares, reais e imaginários.
A relação entre a natureza e a arte tem sido intensa ao longo da história da arte, mais antiga ou mais recente. A natureza foi assumida como modelo imitativo e/ou conceptual pela arte. Com frequência, a arte é definida pela sua relação à natureza. Em sentido lato, a arte designaria todos os modos da praxis que, aliada ao saber, produz o artificialpara instaurar uma ordem humana. O domínio sobre a natureza para a vergar ao engenho humano terá apoiado a concepção da arte, desde a Renascença, alicerçada numa filosofia da representação a qual, colocando o sujeito em oposição ao objecto, escora, também, a filosofia do imperialismo técnico. Na Modernidade, a natureza é concebida como real bruto, dado a ser dominado. A teoria da arte que entende a arte como imitação da natureza (designando o universo e o ser vivo) não altera os dados do problema: imitação tem origem numa vontade de conhecer a natureza e, por consequência, de a dominar. E, outrora, a natureza constituiu um tema privilegiado da arte, facto atestado por inúmeras representações sob as categorias de composição floral, natureza-morta ou paisagem. (...) A consequência da expansão das artes é a instituição de um campo alargado das artes plásticas do qual releva a dissolução da oposição moderna entre cultura popular e cultura erudita, entre produto e obra de arte, entre cultura e arte. O mundo interconectado (...) propicia a realidade das trocas, circulação e mistura de culturas.
A fotografia juntou-se à pintura na fixação de um olhar sobre a paisagem.
Com a digitalização apareceram novos discursos paisagísticos, como a fotografia e o vídeo panorâmicos e 360º. No entanto, a utilização de meios supostamente exactos de retrato ambiental não retirou a subjetividade da autoria e do olhar. Os enquadramentos, tempos e colorimetria continuam a ser meios autorais. Continuamos a olhar para reproduções de paisagens com emoção e imaginação.