Instalação #1
Fora do Posto de Interpretação, mostra-se a maquete de um icebergue cuja altura máxima relembra a altura máxima das águas, atingida em Alenquer, durante as cheias de 1967. Precisamente, o modelo de um estranho objecto – destroço de um mundo glaciar ameaçado e, após uma longa deriva, encalhado em improvável sítio. Quem vai acreditar que por um rio há muito despojado de abundância de água – embora próximo – pode assomar tal aparição?
No interior do posto, pelos monitores, corre informação sobre a complexidade de ameaças, problemas e desafios, decorrentes das alterações climáticas, com a qual a humanidade doravante se confrontará, a nível local e global. Sinal de premonição, que adverte e/ou apavora? Face à inconveniente verdade da crise climática, ao facto de que os pesadelos do presente foram originados por ilusões de futuro, a maquete de icebergue anuncia, no presente, a antecipação de uma eventual inexistência no futuro, acaso a humanidade mantenha os actuais padrões predatórios de consumo e exploração dos recursos naturais para sustentar irresponsáveis estilos de vida.
As sessões de narração de Ana Sofia Paiva, dedicadas ao tema, têm a duração de 30 minutos e falam/cantam o legado cultural português, repleto de lendas e contos que nos ensinam a importância da água na vida.