Áudio-performance de narrativas ficcionais de Lisboa com narração histórias de vida e passagens literárias, interferências musicais ligadas
às raízes da canção urbana
e ambiente sonoro do quotidiano da cidade, pontuado
pelo cancioneiro popular a ela dedicado.
Cantava, em uma voz muito suave,
uma canção de país longínquo. A música tornava familiares as palavras
incógnitas. Parecia o fado para a alma, mas não tinha com ele semelhança alguma.
A canção dizia, pelas palavras
veladas e a melodia humana,
coisas que estão na alma de todos e que ninguém conhece.
Ele cantava numa espécie de sonolência, ignorando com o olhar
os ouvintes, num pequeno êxtase
de rua. (…)
A canção era de toda a gente,
e as palavras falavam às vezes connosco
(...).
O ruído da cidade não se ouvia
se o ouvíamos.
Bernardo Soares
Passear por Lisboa pela mão da voz falada e cantada. Passear por Lisboa ao ritmo de quem a habita, na corda bamba entre facto e ficção de um passado qie não passa. Passear por Lisboa no embalo das suas histórias e melodias, convocando pedras e gentes em busca de um "pequeno êxtase de rua” que nos permita suspender o tempo e dar fala às narrativas lapidares de quem, como a cidade, se prolonga em fados de silêncio.
Direção artística José Barbieri
Produção geral Memória Imaterial CRL
Voz, Direcção, Selecção de textos e
Dramaturgia Ana Sofia Paiva
Vozes adicionais Carlos Marques, Délio Paiva, Joana Craveiro,
Jorge Vara, Lavínia Moreira, Miguel
Sopas, Nuno Nunes,
Sofia Cabrita, Sofia
Dias.
Vozes e Desenho de som Marco Oliveira
Fotos, Panoramas Rafael del Rio
Web design Memória Imaterial CRL