Rua do Salvador

...antes de mais, um agradecimento por não termos sido atropelados por um coche ou uma sege......

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Não se poderia imaginar melhor nome do que atribuir a uma rua o nome de alguém que nos salve. De quê perguntaremos? De tudo mas, antes de mais, um agradecimento por não termos sido atropelados por um coche ou uma sege. Isso é de outros tempos, dirão, e decerto que assim é, mas que tal perigo era bem real como se pode comprovar na mensagem numa pedra que se mantém no local, o qual reza assim ...  “ANO DE 1686 / SUA MAJESTADE ORDENA / QUE OS COCHES, SEGES / E LITEIRAS QUE / VIEREM DA PORTARIA / DO SALVADOR RECUEM / PARA A MESMA PARTE”

A ordem foi de El Rei D. Pedro II que mandou colocar pela cidade de Lisboa nada mais nada menos que 24 sinais de trânsito. As multas eram severas para quem as não cumprisse e podia obrigar a deportação para o Brasil, a quem fosse declarado culpado. Por aqui se pode imaginar os gritos, pancadas e murros, chiadeira de rodas a que esta rua estreita não terá assistido. Ao olharmos para os edifícios altos, de múltiplas janelas com roupa a secar, quase recuamos no tempo e pensamos nas mulheres a olhar para a rua e a bradarem aos céus por mais um desacato entre carruagens. Com este pensamento continuemos e viremos à direita, ao chegarmos ao cruzamento: do lado esquerdo a Rua das Escolas Gerais e, à direita, a Travessa de São Tomé.