Corria o ano 336 d.C Aqui terão existido umas grandiosas termas públicas da cidade romana de Lisboa, precisamente aquela que detinha aquele nome que nos fora desvendado na inscrição do prédio de João Almada: Felicitas Iulia Olisipo. Edifício termal grandioso com salas de banhos, quentes, tépidos e frios, o que quer dizer o caldarium, tepidarium e frigidarium, assim se designavam em latim, os banhos com águas a diferentes temperaturas. Muita água terá corrido por este local pois milhares de litros desse líquido precioso seriam necessários para encher os tanques onde os ilustres olisiponenses se banhavam. Mas era na parte inferior daqueles tanques que a água era aquecida. Era no hypocaustum, uma arcaria de grandes tijolos sobrepostos onde enormes fogueiras alimentadas dia e noite faziam aquecer as salas. O ar quente subia e aquecia o espaço e os pavimentos, sobrepostos às fogueiras, convidavam os ocupantes a passear descalços. Algumas banheiras eram aquecidas por pedras fumegantes que de aquecidas uma e outra vez se tornaram da cor do carvão. E eis que a explicação deste nome afinal se torna fácil. Quererá o ouvinte precisar o local onde este edifício terá existido? Pedido fácil de satisfazer, bastará espreitar pelos altos vidros do edifício de esquina com a Travessa do Almada para ver, lá no fundo, uns muros velhos, já gastos… Pouco ficou daquele monumento com múltiplas salas, iluminado por archotes e por pequenas lucernas de cerâmica e que teve o nome de Termas dos Cássios! Fracos testemunhos de tão grandiosa construção que abarcava esse edifício de esquina, se prolongava pela Travessa do Almada (mal sabia o Visconde) e continuava pelo quarteirão adjacente. Imponente e belo com as suas abóbadas, oferecia uma galeria que se abria para sul, local destinado aos usufruidores de tão idílico recanto que, vindo dos banhos, podia repousar os olhos nas águas calmas do rio Tejo.