Olhando para baixo, para o caminho percorrido, vemos
bem a razão da escolha do nome. Há ruas assim, que não escondem segredos pois
os querem mostrar a todos. Antes de encetar caminho para o próximo destino,
olhemos para o nosso lado esquerdo e vejamos na parede uma reminiscência de
outros tempos. Nada mais, nada menos que um urinol, um dos poucos que resiste
ao passar do tempo pois não se adequa ao progresso e às normas sanitárias a que
nos habituámos. Para que ninguém se confunda, o título deste poiso encontra-se
escrito por cima, em letras metálicas bem desenhadas. Deste mobiliário público,
que teve um grande número de congéneres na cidade, restam muito poucos, este
será talvez, um dos menos grandiosos, permanecendo ali, na esquina, como que
envergonhado. Nada que se compare a outros que ainda permanecem na cidade, os
ditos Vespasianos, que devem o seu nome ao imperador que os mandou colocar em
Roma, na capital do império no séc. I d.C. Assim, se ao passar vir umas pernas
de homem a espreitar por baixo da proteção em metal, não estranhe pois apenas
se cumpre uma tradição, que vem da Antiguidade Clássica, que defendeu o alívio
dos homens em pleno espaço público. Logo a seguir a este estranho equipamento,
passemos por baixo do portal que acomoda de um grande portal de madeira de com dois batentes. Por
ser grande demais para a serventia a dar, lembraram-se de lhe abrir uma pequena
porta de homem só. Passemos por ela e entremos no pátio que pertencia ao
palácio de Belmonte, hoje transformado em hotel.