Rua das Damas

Uma ruela delicada, intimista, de muros altos e mudos que nos aconchegam ao passar...

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Que belo nome para dar a uma rua, não fosse a questão, à medida que a atravessamos, colocar-se em sentido inverso. Uma ruela delicada, intimista, de muros altos e mudos que nos aconchegam ao passar. Recuamos de imediato no tempo e quase imaginamos donzelas mouriscas, ariscas e belas a passar por esta calçada.  

Que belo nome para dar a uma rua, não fosse a questão, à medida que a atravessamos, colocar-se em sentido inverso. Uma ruela delicada, intimista, de muros altos e mudos que nos aconchegam ao passar. Recuamos de imediato no tempo e quase imaginamos donzelas mouriscas, ariscas e belas a passar por esta calçada. O Paço da Rainha D. Leonor decerto não foi alheio à designação do local, pois as damas que a acompanhavam devem tê-la pisado e percorrido muitas e muitas vezes. Os muros altos que nos envolvem devem esconder, decerto, muitos dos entulhos provocados pelo terramoto. Estes jardins suspensos com que a cidade nos brinda, não são mais que pragmáticas soluções para acomodar pedras, sedimentos, séculos de história escondidos sob jardins frondosos que refrescam os dias de estio. Ao fundo, um curioso passadiço convida-nos a passar por ele. Foi pertença dos condes de Vimioso que aqui tiveram o seu palácio, mas já no séc. XIX as crianças das redondezas corriam por aqui e sentavam-se no seu interior, pois que deu guarida à Escola Primária nº 5, mas só para meninas, mantendo-se assim a justeza do topónimo. Cumprindo tal tradição, não haveria local mais indicado para a bem conhecida Mónica Bellucci escolher aqui o seu poiso...